Eu amo-Vos Jesus pela multidão que se abriga dentro de vós, que ouço, com todos os outros seres, falar, rezar, chorar, quando me junto a Vós.
TEILHARD DE CHARDIN

sexta-feira, 9 de março de 2012

Retiro na cidade - Não é o sofrimento que salva,mas o AMOR






" Não protegi a minha face dos insultos e dos escarros"

Livro de Isaías,capitulo 50,versículo 6


Meditação

Na Sexta-feira Santa ,a Santa-face de Jesus está desfigurada: submeteu a sua face aos escarros,cumprindo assim a palavra do profeta Isaías. Durante esta quaresma, e mais ainda, talvez nos dias da Paixão, podemos, não só unir-mo-nos, mas sobretudo fazer-mo-nos próximos daqueles cuja face está desfigurada. O mal que cometemos, o mal que suportámos, as desfigurações infligidas pelo tempo, as preocupações, as desilusões, os «tabefes» - se ouso dizer – da existência, acabam por nos associartanto ainda de bastante longe,tanto de muito perto  à face ultrajada de Jesus. Face ultrajada e no entanto «Face adorável».

No Monte Tabor, Jesus anuncia que deverá passar pela Cruz para ressuscitar: cada Sexta-feira Santa,  paramos neste aspecto sofredor das nossas vidas que nos prega com Jesus na Cruz. O sofrimento não salva por ele mesmo. É um abuso, ou uma força de expressão pretender que assim seja. É quando o sofrimento é atravessado, suportado, motivado pelo amor, como Jesus dando a sua vida na Cruz, que  pode desembocar numa nova vida, que falta ainda inventar, mas  que não queremos renunciar a que tenha  uma possibilidade real: é isso a fé! Nós cremos na vida eterna, o que não é exactamente a mesma coisa que saber que há uma vida eterna. A fé é um salto, como diz Bento XVI,  é um limiar que o dom gratuito de Deus nos permite transpor, mesmo na parte mais obscura das nossas vidas.



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