A meditação A Transfiguração sugere uma revelação:no Tabor,Jesus levanta o véu sobre a sua identidade e o seu destino aos discipulos que o seguiram.Na nossa vida,conhecemos desses momentos preciosos,como acalmias,onde temos a sensação de compreender melhor quem é o nosso próximo e o nosso Deus,como funciona o nosso mundo,o nosso ambiente.A felicidade é também assim,de uma beleza,de uma brancura,como a veste de Jesus,tão impecável,que não queriamos deixar fugir "a rápida delícia dos mais belos dos nossos dias",como dizia o poeta.Mas não é possível.O princípio da realidade ,ou talvez Deus,impõe-nos que desçamos da montanha ! Aquilo que agarrámos,o tempo de um santo estremecimento,escapa-se mais ainda.
A condição humana é feita assim.Alguns dos seus aspectos parecem apresentar-se sob uma luz apaziguadora e instrutiva;depois,noutros momentos,não se entende mais nada ,como se não tivessemos outra escolha que caminhar às cegas tendo confiança num Deus sentido,tanto como uma bússola,tanto como um ausente que nos abandona.Esta salganhada de luzes projectadas e de abismos desconcertantes coloca-nos na Cruz,que Jesus conheceu.Bem queriamos dispensa-la.Tentação suprema do diabo:"Sereis como deuses conhecendo o bem e o mal" (livro do Génesis ,capitulo 3 ,versículo 5).Esqueceriamos então que a Transfiguração indica desde já a passagem secreta que desemboca na visão de Deus.
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