Quando
estudava no colégio das Doroteias ,aos meus 12 anos, ensinaram-me as Irmãs que
havia dois anjos voando sobre a terra com dois cestos: num juntavam os pedidos
e outro recebiam as acções de graças.Mas acontecia que o cesto dos pedidos
chegava ao trono do Altíssimo muito cheio,mas o das graças estava sempre quase
vazio.
Foi
uma boa lição, que não esqueci mais, no entanto faltava ainda muito para que eu
compreendesse o que podia ser o “estado” de oração.
Mais
tarde, ao ler o I Livro de Samuel no versículo 5 encontrei na fala de Ana a explicação. Dizia
ela:…”derramo a minha alma na presença do Senhor”.
Nada
de complicado, nada de difícil esse estar sempre em oração ,s empre derramando a
alma na presença do Senhor, porque o Espírito de Deus nos dá assistência
contínua, apenas pedindo a nossa disponibilidade e atenção.
A
sede de Deus, a ânsia de aqui e agora, na nossa vida comum de todos os dias, Lhe
estar sempre unido nidifica no coração , desabrochando, naturalmente, em
oração, como a flor exposta aos raios de sol de um novo dia.
Talvez
que na espiritualidade do Oriente essa necessidade de orar “em todo o
tempo, pelo Espírito “ (Ef 6,18) tivesse sido sentida mais cedo em todo o povo de Deus e não
só, como no Ocidente, nos místicos ou religiosos. O conhecido livro do Peregrino
Russo relata a experiência de uma alma simples, mas inundada de Jesus
Cristo, que irradia em paz, paciência, serenidade .
Referindo-se
à oração do Jesus diz-nos: - “A oração irrompia no meu coração e eu precisava
de calma e quietude para deixar essa chama subir livremente e para esconder um
pouco os sinais exteriores da oração:l ágrimas,suspiros,expressões de
rosto,murmúrios dos lábios” e mais adiante “Qualquer pessoa pode fazer a mesma
coisa. Basta mergulhar mais silenciosamente no fundo do coração e invocar mais o
nome de Jesus Cristo: imediatamente se descobre a luz interior,t udo fica mais
claro e, nessa clareza, aparecem certos mistérios do Reino de Deus.” (Lc 17,21)
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