A
linguagem de Deus apenas se pode entender com o coração.No centro de nós
próprios ,no mais profundo, Deus fala-nos.
Mas
nesta vida em que as palavras,os pedidos,as exigências se tornaram tão presentes…é difícil
parar para ouvir a voz do coração.
É
difícil quando a mente é
solicitada de forma sempre mais envolvente para acompanhar os avanços da ciência ou o desenvolvimento
da técnica, fazê-la concentrar-se no coração.
Para
nos ajudar temos a rica espiritualidade dos padres do deserto.Esses autores
espirituais abrem-nos a via para reconhecermos que somos parte inerente de Deus
e assim participantes da ilimitada capacidade de dar e receber amor.
Aos
padres do deserto,forma que geralmente se usa,para dominar as primeiras formas
de monaquismo surgidas nos desertos do Egipto ou da Palestina,do século III ao VI ,devemos a oração do coração que depois os místicos orientais,designadamente
na Rússia desenvolveram.
Consiste
essa oração em aquietar a mente,fazendo-a descer ao coração e aí ser absorvida
pela contemplação do Senhor,que está presente em nós até que nada mais reste do
que o encontro pleno de Deus e da sua criatura.
E
como é a oração do coração,que nos coloca em orante permanência e sempre
vigilantes,para nos irmos configurando cada vez mais a Cristo,Senhor nosso?
Consiste
em com simplicidade e humildade, invocarmos constantemente o nome de Jesus,com
um coração, que se esvazia de pensamentos e preocupações para se deixar
abraçar,na sua totalidade,pela misericórdia de Deus.
Assim
nos indicam vários monges do deserto,cujas falas foram recolhidas nesse pequeno
tesouro da esoiritualidade oriental que se chama Filocalia.
Mais tarde,no século XII,S.Bernardo de Claraval veio
indicar-nos ,também no Ocidente,a poderosa força do nome de Jesus,escrevendo:
Jesus é mel na boca, doce melodia no ouvido, alegria no
coração. Mas é também medicina. Há no meio de vós alguém triste? Jesus desça ao
coração e depois suba aos lábios; e eis que à luz desse nome desaparecem todas
as nuvens, volta a serenidade. Cometeu alguém um pecado? Corre desesperado ao
laço da morte? Mas se invocar esse nome de vida, não há de sentir imediatamente
o respiro vital?... A quem é que, agitado e hesitante nos perigos, a invocação
desse nome de força não restituiu imediatamente a confiança e repeliu o
medo?... Nada melhor refreia o ímpeto da ira, reprime o tumor da soberba e cura
a ferida da inveja...".
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