Eu amo-Vos Jesus pela multidão que se abriga dentro de vós, que ouço, com todos os outros seres, falar, rezar, chorar, quando me junto a Vós.
TEILHARD DE CHARDIN

sábado, 14 de janeiro de 2012

Dai-me ,Senhor,um coração que comungue!


Um dia os discípulos,homens rudes feitos ao trabalho pesado,mas de coração simples e aberto,habituados a orar a Deus como um ser distante e tão poderoso,que não admitia intimidades,admiraram-se de ver Jesus a orar de uma forma diferente da que faziam no templo.


Uma entrega,uma concentração,como se uma necessidade imperiosa O levasse a um dialogo intenso,pessoal e intímo, com Deus.

E quando Jesus ,depois de ter orado,voltou para o meio deles ,um deles não resistiu a pedir-Lhe:

"Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". (Lc 11,1)

E Jesus inicia a oração, ensinando-nos que Deus é o nosso Pai.

Jesus coloca-nos,assim, na dimensão comunitária da oração,como membros da família de Deus.Os cristãos têm que reflectir, entre eles, a comunhão por excelência,que é a comunhão Trinitária,orando reunidos ao Pai,na mediação de Cristo,com a assistência do Espírito Santo,dado que somos balbuciantes aprendizes da oração.

Escreveu o saudoso Papa João Paulo II : A comunhão dos cristãos tem por modelo, fonte e meta, a própria comunhão do Filho com o Pai, no dom do Espírito Santo: unidos no vínculo amoroso do Espírito, os cristãos estão unidos ao Pai– João Paulo II (in iChristifideles Laici).

O aprofundamento da nossa intimidade com Deus,não nos isola e não nos separa dos outros cristãos,antes pelo contrário,move-nos,à oração em comum ,para nos entregarmos,nós, a Igreja de Cristo, à comunhão com Deus,na Sua amorosa Presença.

Dai-nos,Senhor,um coração que comungue,para que com os outros irmãos e irmãs,progressivamente possamos compreender, o nosso ser profundo,a face mais escondida de nós mesmos,aquela onde Deus escolheu habitar desde todo o sempre e que aí entendamos o preço que temos para Deus, nosso Pai e que entendendo sejamos, cada dia mais, instrumentos da Sua paz,do Seu amor,do seu perdão !

8 comentários:

dinis disse...

Estou a preparar uma partilha sobre o tema que aborda aqui e que me parece ir mais longe da abordagem que supostamente é simples e não o é certamente...!

Creio que de alguma forma esta sua partilha agora também terá a ver com os comentários que fiz no blog da Comunidade sobre a oração... risos... eu entendo... não tive a oportunidade por causa do espaço de ser mais claro…!

...bom, logo que consiga espaço e acalmia suficiente no espírito e na vida deixarei para todos...

Uma questão ofereço-lhe antecipadamente:

Se os discípulos já tinham os salmos para orar e se já os oravam-partilhavam em comum porquê agora este pedido e porquê uma (mais uma) oração?!!!

risos... desculpe…. Santo Domingo...

dinis disse...

Certamente que a questão COMUNITÁRIA da oração (que aborda aqui e muito bem) nem sequer está em causa! Mas outras questões se levantam e é essa parte que desejo trabalhar mais um pouco enriquecendo o conteúdo precioso que aqui já deixou… por isso a tal pergunta no fim… santo Domingo

Maria-Portugal disse...

Esta partilha é já antiga ...de 2006...fazia parte de um conjunto de breves trechos sobre a oração, que mandava regularmente para a" Pastoralis".

Mas é bom,muito bom podermos aprofundar mais e mais.Obrigada!

Maria-Portugal disse...

Acresce que a resposta à questão:

"Se os discípulos já tinham os salmos para orar e se já os oravam-partilhavam em comum porquê agora este pedido e porquê uma (mais uma) oração?!!!"

está na própria partilha.


Jesus,que nos revelou o Pai,na plenitude, que nos abriu a Sua intimidade,que nos tornou filhos e herdeiros,havia de ensinar uma oração em que a parte negativa do ser humano não se manifestava.

vitor disse...

Irmã Maria, li mais cuidadosamente a sua partilha e por isso apenas acrescento apenas um pouco mais, que me parece poder contribuir para enriquecer já esse tesouro que aqui nos partilhou:

Vejamos então:

Penso!!!... que aquilo que Jesus “deseja” com essa oração é “ensinar” não uma “nova” oração mas sim um novo ESPÍRITO aos Discípulos na sua forma de estar EM….. COM…. e COMO na Oração…

….e o Pai-Nosso vem precisamente abrir novas portas a essa forma de estar e de viver a Oração que é como sabemos uma relação entre os filho(as) que somos e o PAI.

Como naqueles dias, infelizmente ainda hoje perdura em muitos espaços um tipo de oração ensinada e usada por muitos e muitas fundada nos medos de um Pai cheio de juízos, justiças e até por vezes ávido de vinganças…. e se vos escandaliza esta afirmação e não vos parece que assim seja, convido-vos a debrucem-se um pouco mais cuidadosamente sobre a maioria dos salmos escolhidos na liturgia das horas… e a reparem nos conteúdos!

Creio que a “preocupação” de Jesus era essa… abrindo assim novas portas para um novo estar e viver na oração tanto ao nível comunitário como individual… Depois, é claro que surgem em consequência desse novo Estar e Viver na oração novas formas de ser COMUNIDADE e COMUNHÃO…

Finalizando, a Oração é antes de tudo, CANAL ou a PONTE para o diálogo com Deus… se estes não existirem todas as outras orações comunitárias por mais belos que sejam os seus conteúdos são apenas diálogos de homens:

“"A Letra Mata, mas o Espírito Vivifica". (2 Cor 3,6)

dinis disse...

Esqueci de dizer algo importante já no fim do comentário:

Quem abre esse Canal ou cria Pontes é o Espírito Santo...

dinis disse...

outro descuido-erro a corrigir:

“…se estes não existirem todas as outras orações comunitárias por mais belos que sejam os seus conteúdos são apenas diálogos de homens:”

E nas "todas as outras orações comunitárias " incluo também o Pai-Nosso que pode ficar apenas pelas palavras bonitas que o compõem...

Maria-Portugal disse...

EScrevi eu:"com a assistência do Espírito Santo,"

Claro...que seriamos sem Ele...o Espírito Santo !

2Cor 3,17 - Ora, o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.